Saindo um pouco dos assuntos sérios... taí uma história que tem tudo a ver com a disciplina e é divertida.
7:00, 4 de novembro de 2011 mclaire Manual de etiqueta virtual
Meninas, semana de feriado é uma alegria. É reunião com os amigos, é uma biritinha de meio da tarde, é um suquinho sem culpa. É queijo em cubo no pratinho! Ah, garotas, semana de feriado é uma felicidade!
Tempo de atualizar em horário comercial, de fuçar em plena quarta-feira e peneirar sem expediente o que vem batucando no coração macho e n’alma barbada.
Pois no último feriado, moças, eu promovi mais uma Assembleia Geral das Nações Masculinas. Sim, sim! Eu volta e meia ofereço uma mesa de bar para presidir uma conversa. Uma conversa sobre o tudo e o nada. Sobre vocês, mulheres!
Nesses momentos, quando o amendoim voa do pratinho e o clique do relógio sai ao som das latinhas abertas, eis a chance de dar um f5. Eis a chance de descobrir o que os homens andam pensando sobre o mundo feminino. Eis, por fim, a chance de colher umas verdades e despejá-las aqui, no nosso Manual de Etiqueta Virtual.
QUANDO O HOMEM TE INVESTIGA NA INTERNET
No feriado, meus anjos, eu descobri um tópico quentíssimo.
Com as palavras, um amigo:
- João, te juro que é a coisa mais irritante! Juro mesmo! Foi assim: tinha essa garota. Coisa linda, boca quente, ombrinho sensual, decotinho polêmico, sorriso 40 graus de febre! Um estouro! Um estouro! Ah, eu vivia dias de puro açúcar quando ela passava no corredor do escritório. Um tesourinho, João! Um tesourinho! Aí, né, eu fiz o que todo homem no escritório faz! Investiguei! Descobri o nome e depois do nome, o sobrenome!
Isso, moças. Nome e sobrenome. É tudo o que o macho de hoje necessita para fazer as maiores investigações sobre a sua vida. Garotas, anotem isto: o homem não pratica mais aquele estilo camicase, aquele estilo detetivesco, aquela coisa de chegar meio tropeçando no seu caminho pra perguntar pelo telefone do seu cachorro… Mesmo que você não tenha um cachorro. Ah, não! Hoje, não! Hoje o homem faz tudo no silêncio, no teclado, pela linha discada ou conexão a cabo! Hoje é na internet que se dão os primeiros passos da paquera!
A MULHER-HASHTAG
Mas dizia o meu amigo:
- Daí, João, eu comecei as fazer uma faxina em tudo que é rede social e buscador. Meti lá no Google o nome e o sobrenome da minha deusa, e pronto! A nuvem fechou, a vida se tornou só trovão e choveu vinagre do céu! Pô, cara. Que triste descoberta!
Meninas, a triste descoberta foi a seguinte:
- É todo dia, é toda hora, João. A garota tá com dor de cabeça? Ela escreve no Facebook: “Tou com dor de cabeça #naoaguentomais”. Ela ganhou uma prenda no bingo? Ela vai lá e posta no Twitter: “Uhu! Faturei um prêmio! #agoravai”. Ela volta da casa da amiga? Ela sapeca no Orkut: “Amo minhas BFFs #amigasparasempre”. Ela volta pra casa, tira uma foto de um tijolo, entra no Instagram e legenda assim: “Vou pra casa #partiu”. O jornal publica uma notícia de corrupção? Ela martela no monitor: “Vergonha de ser brasileira! #atequando”. Bateu fominha: “Vou comer um franguete #delicinhacremosa”.
Ah, moças, ele disse isso tudo e eu entendi em meio segundo. Meu amigo falava da mulher-hashtag!
Garotas, não sei se vocês sabem, mas eu sei: a mulher-hashtag é uma praga. É um dos grandes porres da internet! É aquela que enfia em tudo que diz um “#”, vulgo jogo da velha, o símbolo que, na web, serve para gritar qual é o assunto da vez.
Meninas, essa mulher é um perigo. Ela é capaz de confessar qualquer coisa que faz a sete bilhões de seres humanos.
BOCA LOUCA, DEDINHO LOUCO
Meu amigo prosseguiu a história:
- Daí, né João, eu, que andava fazia semanas mandando pra ela o meu melhor olhar de tigre; eu, que tinha deixado claro até pra lajota do corredor do escritório que tava a fim dela; eu, todo empolgação, paquerando forte; eu sumi! Fugi feito louco. Caramba, foi tanto hashtag, foi uma caçambada de hashtag… Ela escrevia um post sem importância a cada três segundos, reclamava da vida o tempo todo, vivia mais lá que cá. Isso me deu uma pena, me deu uma tristeza, me deu uma broxada… No duro! Essas doidinhas de internet assustam, cara! Pô, não têm vida? Não têm amigo de carne osso pra contar os segredos? Ah, vai fazer hashtag na areia do mar, sua doida!
UMA DIETA DE INTERNET
Meu amigo encerrou a história assim:
- Mas o pior, João, a confirmação de que eu tava era certo, veio logo em seguida. Depois do susto na internet, eu parei de olhar. Parei de puxar assunto besta no bebedor. Não quis mais saber… Sumi. Dei um fora. Evaporei. Um dia, no elevador, ignorei. E sabe o que rolou? Logo depois ela me publica isto: “Não entendo esse cara #homemnaopresta”. Sério, cara. Foi tipo o tempo de chegar no térreo. Ah, vai pastar!
Moças, dica de hoje: vamos todas maneirar esse dedinho louco no mouse. Vamos dosar a narrativa das nossas nulidades. Tem gente por aí fotografando cada espirro no Instagram. Tem gente fazendo DR via Twitter. Tem gente tendo TPMs incríveis no Facebook. Aprendam uma lição: homem fuça adoidado a sua vida online. Mulher que comenta tudo, que abusa da ferramenta, da rede social, essa mulher é o fim.
E, por favor, enfia uma colher de aspartame nesse pote de hashtag. Sim, sim! Projeto verão 2012: comam mais alface, menos biscoito, e eliminem o jogo da velha da sua rede social. #prontofalei